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O Splendoor agradece.
12/11/2009
O Incrível Conto - Splendoor #15
País de Harrington, ano 3802, dia 26, 18h24min
Dando passos largos e às vezes saltando entre um galho e outro, Yume estava determinada e com pressa. Seu olhar reservara-se somente para baixo da floresta, onde inimigos poderiam aparecer subitamente. Por sorte, ela não teve complicações e seguiu tranquila para onde sua visão a levara mais cedo.
BellForest estava para trás agora, e a menina sorriu um segundo. Ela então recuperou o fôlego e começou a andar para frente de novo, naquela terra meio arenosa e seca, que em tudo lembrava um antigo campo de guerra.
Quanto mais andava, mais a garota sentia a atmosfera pesando em torno de si, e logo ela percebeu que os Rokis estavam por perto.
Por outro lado, Kamiro e Rebecca continuavam a mirar para Annie pensando em tirá-la de seu cativeiro. Kamiro recuperara um pouco seu fôlego e segurava o cajado em sua mão. Ele pensou nas paredes ao redor de Annie.
-E se nós cavarmos? – Seus olhos estavam puros e brilhantes.
-Não acha que essa barreira cobre muito mais do que só este lado? – A expressão séria de Rebecca dava a entender que aquela tinha sido uma ideia idiota.
-Devíamos ao menos tentar isso. – Kamiro levantou-se do chão onde estivera sentado, pensando, e colocou o cajado em pé apoiado numa das paredes.
Então ajoelhou-se e esticou os braços, dobrando as mangas bem próximas aos ombros. Com um movimento nas mãos, deu início ao seu raciocínio usando os dedos para cavar.
-Isso está certo mesmo? Ainda acho que é uma perda de tempo. – Rebecca continuava a negar aquele plano que não usava magia nenhuma. Ela pensava seriamente que Kamiro era apenas um moleque.
-Eu me lembro bem de suas palavras... – Começou Kamiro com um tom alegre – Você mesma disse que me ajudaria. Não se lembra disso?
Rebecca mordeu os lábios e pareceu irritada. Então sacou uma de suas adagas e a atirou para perto das mãos sujas de terra de Kamiro. Ele levou um susto, mas logo agradeceu a “ajuda”.
-Vai servir, não vai? – A garota olhava impaciente para Kamiro, que resolveu não forçá-la ainda mais a ser amigável. Logo, ambos ficaram em profundo silêncio. Rebecca, então, resolveu finalmente se sentar e esperar Kamiro desistir daquele plano.
Onde eu estava com a cabeça? Ajudar uma criança dessas... Ele não faz ideia de como tirar essa tal maga daí!
-Passaram-se uns quinze ou vinte minutos desde que eu te emprestei aquela adaga e mesmo assim você não chegou nem a metade da profundidade. Tem certeza de que é assim mesmo? – Rebecca estava apoiada em uma parede e quase cochilava.
-E de que outro jeito é possível tirá-la daí? Eu não sabia que haveria uma barreira anti-magia assim! Só achei que ela fosse limitada. – Kamiro parecia apreensivo, e não gostava do jeito que a estrangeira lhe tratava.
-Não posso dizer que não está tentando. Mas cavar não é a solução!
-E o que mais eu posso fazer? – Todo aquele discurso fizera Kamiro cansar-se mais, e seus olhos viraram-se de novo para Annie. – Ela é nossa última esperança...
Um pouco longe dali, uma figura aparecera dentre a escuridão. Seus cabelos dourados reluziam contra o fogo da tocha que segurava e Kamiro pareceu reconhecer aquela imagem, mas era apenas coisa de sua cabeça.
-Quem é você? – Naquele momento Rebecca e Kamiro compartilharam da mesma dúvida.
-Sou... uma moradora deste país, e vou ajudá-los a soltar Annie Charlotte Harrisen daí! – Yume mostrou um sorriso doce que só ela conseguia fazer em tempos como esses. Ela segurou o medalhão contra o peito e se aproximou da barreira.
-Espera, qual o seu nome?É mesmo de Harrington?Como ninguém nunca te viu aqui antes? – O cansaço de Kamiro parecia ter cessado, visto que ele gesticulava sem parar. Estava muito confuso.
-E como você passou pelos Rokis? – Por um instante Rebecca acreditara que Yume, que não tinha um físico intimidador, teria derrotado todos os inimigos lá em cima.
-Eu conto tudo, só me deem um minuto. – A garota sentou-se no chão, próxima dos dois. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Quando os abriu de novo, notou os olhares reservados só para o semblante dela e então soltou um riso.
-Parem de fazer essas caras engraçadas, assim eu não consigo me concentrar! – Yume soltou mais risos e os dois entreolharam-se. – Tudo bem, posso mostrar-lhes agora o meu passado...
Kamiro e Rebecca ficaram apreensivos quando Yume disse que “mostraria” a eles o passado dela. Então Yume pediu que esticassem o braço, o que Rebecca demorou um tempo para fazer, já que era bastante desconfiada.
-Eu entendo que você não sabe o que pensar de alguém como eu, mas eu garanto que não te fará mal algum.
A estrangeira de Granchea solta um pigarro e faz uma careta, então estica o braço ao lado do de Kamiro, já nessa posição desde o começo. Yume pega as mãos deles e as põe sobre o seu medalhão com formato de lua.
Em instantes, o ar fora coberto por uma densa névoa e pegou os dois de surpresa. Eles agora viam a realidade de Yume, quando esta presenciara a morte dos pais, a guerra em Harrington com todo o extermínio causado pelos Rokis e também o plano maléfico de Guillaume para obter a imortalidade.
Quando voltaram a si, Rebecca e Kamiro suavam frio e olhavam espantados para frente.
-Está tudo bem agora, afinal tudo isso já aconteceu... e está na hora de nos concentrarmos no futuro! – Mesmo com toda aquela viagem temporal e as lembranças tristes que Yume revivera, ela parecia feliz e queria dar a volta por cima de uma vez por todas. E foi isso que iluminou a mente de Rebecca e Kamiro.
-Eu sei como tirar a Annie daí! – Yume jogou os cabelos de lado e retirou seu medalhão escuro com um desenho de uma meia lua dentro. Sua afirmação deixara Kamiro surpreso e mais confiante.
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