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18/12/2009
O Incrível Conto - Splendoor #24
País das Províncias – Entrada do Pântano, ano 3801, dia 17, 07h56min
Depois de atravessar Fars, Haru escalou uma pequena montanha. A vista era impressionante: uma enorme mancha verde escura numa distância de 42.009km, e a pessoa por quem Haru procurava estava em algum lugar dali. A tempestade terrível ficara em Fars, pois agora os pingos que caíam estavam mais finos e lentos.
É aqui.
Haru desceu e entrou no pântano muito atento. Como havia usado muito sua magia de fogo em Fars, ele decidira evitar combates o máximo possível ou lutar somente com o corpo. Seu estômago começava a roncar e suas pernas queriam um descanso.
Para conseguir o que comer, o garoto tentou pescar, mas percebeu que aquelas águas enlameadas não eram capazes de abrigar peixes. Então pensou em construir armadilhas para capturar animais pequenos e logo reconsiderou ter de tirar a vida de pobres animais.
Suas opções foram se acabando até ele decidir caçar por cogumelos ou frutas, o que levou certo tempo para acontecer, visto que as árvores eram altas e a maioria dos cogumelos era venenosa.
A jornada continuou assim por seis dias a fio, com Haru escondendo-se de grandes predadores, dormindo em locais escondidos e seguros, arranjando o que comer com certa dificuldade e tentando poupar energia.
Houve um momento em que a luta era inevitável para Haru, pois seus alimentos acabaram e ele queria um cardápio diferente. Seu humor estava mudando pelo clima e cansaço, trazendo ao ambiente um novo garoto mais sério e preocupado com a sobrevivência.
Sua fome o fizera um matador de bestas. Sua sede não era mais de honra. A razão de Haru estar ali por um instante parecia ter-se perdido. E por longas sete semanas sua trilha o levara para uma busca confusa de si mesmo.
Acontece que, depois de um mês e um pouco mais, Haru encontrou o lugar que queria. Tudo parecia ter sentido outra vez e o conhecido de Haru estava lá para atendê-lo.
-Tanto tempo sem ver pessoas... eu praticamente fiquei “perdido”. – As mãos de Haru tremiam, incrédulas. Ele levava à boca uma xícara e deliciou-se com o que quer que fosse aquilo que estava tomando.
-É, deve ter sido difícil para uma criança como você, Haru. Mas um homem como eu sabe se virar. – Era um homem que estava diante de Haru, com ombros largos e olhos pequenos e negros. Ele usava pedaços de armaduras nos ombros e andava com sapatos feitos com cipós e folhas resistentes.
-Baku, por um curto período de tempo no pântano, eu pude conviver com coisas que eu nunca senti antes. Essa experiência foi para sempre cravada em minha alma e meu corpo nunca esquecerá. – Haviam muitas cicatrizes pelo corpo de Haru que ainda doíam, mas que não significavam derrota de jeito nenhum. – E cheguei até aqui como se fosse um novo guerreiro em busca de minha nova arma.
-Devo dizer que não estou surpreso pelo pântano ter-lhe causado tudo isso. Eu mesmo passei por essas experiências e me sinto mais forte e melhor sempre que consigo voltar para esta casa todos os dias. – Baku levantou-se de seu banco esculpido em rocha e foi para perto de uma mesa improvisada com pedras, madeira e ferro. Era uma tábua para se moldar espadas feitas de aço fervido.
-Vou atender ao seu pedido, Haru.
-Eu agradeço, Baku. E qual é o preço que você deseja que eu pague pela espada? – Haru seguiu Baku e ficou olhando com certo temor.
-O preço... eu ainda não decidi, Haru. Vai ter de esperar a espada ser feita. Mas posso te dizer o seguinte: a espada fica comigo até eu julgar que é um guerreiro de verdade que vai desembainhá-la. – A barba de Baku estava encharcada e suas sobrancelhas grossas faziam-no parecer mais sério.
-Eu aceito essa condição. – Haru demonstrara sua gratidão ao reverenciar o melhor ferreiro em quem que sua família podia confiar. Ele notou que seu futuro, por um bom tempo, seria no pântano. Seus dias seriam de treino e a honra perdida não seria nada perante a força que ele ganharia dali pra frente.
E é claro: a chuva não o abandonaria, por mais que ele quisesse.
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